Aqui na excursão do Tio Julio é assim, o sol nem saiu e a gente já estava na estrada pra fazer o dia render... e rendeu!!! Já estávamos na rampa descedente para Calama quando o sol conseguiu vencer o vulcão Licancabur e começou a nos ofuscar pelo retrovisor, na verdade apareceu por uma lateral dele pois o vulcão tem mais de 6 mil metros de altura. O declive daquele trecho de estrada é pequeno, de uns 5 graus apenas, então os raios solares estavam quase paralelos ao chão, formando um "Vale de Sombras Longas", pra se ter uma idéia, os olhos-de-gato da estrada, de apenas um centímetro de altura, tinham quase um palmo de sombra.
Chegamos em Calama e demoramos a localizar um posto de gasolina, passando antes por dois shoppings e um grande supermercado Tottus, e nem paramos, foi um stop-and-go; antes de Antofagasta passamos por algumas vilas de mineiros e muitas empresas de mineração, que é o só o quem tem por essas paragens.
Antofagasta é uma cidade portuária, se bem que o porto não é muito grande. Tem um Clube de Yates, com uma dezena de veleiros e uns outros barcos e como era domingo, estava acontecendo algum evento na avenida Costanera, impedindo o trânsito, quando finalmente conseguimos chegar na saída, após abastecermos, tivemos que voltar pois a saída sul estava em obras e tivemos que utilizar a saída norte, por onde entramos, isso foi um grande atraso.
Descendo uns 100 km mais ao sul, chegamos à grande mão do deserto, onde paramos pra fotografar o Santo Graal do motociclismo da América do Sul. Se falarmos em objetivo de conquista, esse era o único marco que eu havia idealizado para essa viagem: chegar à grande mão no meio do deserto do Atacama, longe de tudo e ao lado do Pacífico. Tirando Ushuaia, que é uma empreitada maior e mais complicada, eu não vejo nenhum outro marco com a mesma dificuldade. Essa foto vai pro curriculum!
Confraria Overbikers na grande mão!
Depois disso, o Marcão quase ficou sem gasolina pois o frentista não encheu muito o tanque dele e o posto apareceu somente depois de 280km de Antofagasta e o computador de bordo da moto do Marcão já indicava apenas mais 10km de autonomia, o pior foi os últimos 30 ou 40 km até chegar ao posto, que o Marcão foi andando a 80 km/h; andando a essa velocidade debaixo do sol do deserto, parece que você está parado. Devíamos ter parado em Água Negra, a uns 50km de Antofagasta, pra completar o tanque,teria sido melhor.
Mas pior que quase ficar sem gasolina foi o almoço... Olha só pra esse comedor!!! Se bem que foi o rango mais barato da viagem: com o preço de uma cervejinha de 300ml aqui em Copiapó, deu pra pagar o almoço e mais o refrigerante nessa parada: apenas 2.500 pesos por cabeça.
Passamos por Chañaral e no caminho para Caldera, fotografei essas moradias populares que o Marcão está insistindo em dizer que são casas de veraneio do pessoal daqui (?). Só naquela cabeçona dele mesmo...
Piscinha "de Ramos" em Chañaral
Estátua pela paz mundial em Copiapó
Copiapó é uma cidade grande e vive em função da mineração. Tem um aeroporto grande entre Copiapó e Caldera, no litoral, e pra se ter uma idéia, num único quarteirão próximo ao centro, eu contei três escritórios de empresas mineradoras. E na rua só se vê pickapes da Abengoa e outras empresas mineradoras.
Amanhã deve dar pra chegar em Valparaíso/Santiago, são "apenas" 800km.
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