Montevideo
A melhor parte desse dia foi, sem dúvida, a noite; pois jantamos muito bem. Pra começar esse post vou indicar o Bar Lobo, na Calle Coronel Mora, onde o Ernesto, concierge do Ibis recomendou que fôssemos comer, ele indicou a perna de cordeiro (divina) e nós pedimos também um `ojo de bife ancho` (maravilhoso), que é um baby beef preparado pelo chef Fernando Caprile, com um molho de queijo de lamber os dedos.
Mas o dia teve mais `unas cositas`, levantamos cedo em Junin, tomamos o `desarrumo`, abastecemos no YPF em frente e pé na estrada. Hoje pela primeira vez pegamos chuva, quando estávamos chegando numa praça de pedágio começou a chover e daí a gente aproveitou a estrutura de apoio que eles tem e colocamos a capa de chuva, mas logo depois parou de cair água e em seguida secou a pista e não choveu mais.
Esse trecho foi curto, mas muito complicado pois toda hora tinha uma vila ou uma obra pra atrasar a viagem, e a gente tinha horário pra chegar em Buenos Aires pois planejamos de pegar o Buquebus para Colônia del Sacramento, no Uruguay e essa `balsa` saía as 12h30. Quase que o trânsito de BsAs atrapalhou, pois chegando na capital federal, enfrentamos um trânsito que não tinha nem corredor pra motos. A gente não pagou pedágio em toda a Argentina, mas no último trecho de 50km pra chegar em BsAs tinha três pedágios que cobravam moto e lá se foram $8 pesos por moto, e se fosse horário de pico, seriam $10 por moto, portanto a dica é sempre andar com um dinheirinho no bolso.
Numa outra viagem com o Chanka, nós entramos no Uruguay e passamos um aperto pois tinha um pedágio e a gente não tinha pesos uruguais e tivemos que pedir favor para um cara nos trocar uns dólares. Mas hoje passamos por 2 pedágios no Uruguay, entre Colônia e Montevidéo, e as motos não precisaram pagar nada pra passar.
O maior gasto hoje foi o do Buquebus, pois o ticket custou aproximadamente US$126,00 por moto+motociclista; o pior é a desorganização da estação do Buquebus, pois tem uma fila pra solicitar o ticket, outra fila pra pagar o ticket, mais uma fila pra pegar o cartão de embarque e outra fila pra fazer a imigração, e elas não são em ordem e nem são sinalizadas, ou seja, uma `baita` zona, quando atravessei do Uruguay para BsAs acho que foi mais simples. Hoje gastamos mais de uma hora para conseguir fazer todo esse trâmite burocrático mas terminamos em tempo, se bem que o Buque atrasou uns 15min pra sair. Mas o barco é fantástico, ele viaja a 64km/h (marcado no GPS) e faz a travessia em apenas uma hora, levando dois andares de passageiros e mais dois andares de carros (mas dessa vez menos de um andar estava ocupado com veículos); tem setores vip (primeira classe) e 3 bares, e também um free-shop que abre 15min após a partida; os preços são equivalentes aos free-shops brasileiros.
Chegando em Colônia a gente apenas abasteceu no posto Ancap quase em frente à saída e pegamos a estrada para Montevidéo (Ruta 1) pois a gente queria pegar a concessionária BMW aberta pra ver o preço dos pneus das motos. O pneu dianteiro do Marcão já está no fim e se o preço fosse bom ele iria trocar. Chegamos a tempo, e a concessionária não tinha pneu para nossas motos, só para as 800, e o vendedor nos indicou uma revenda da Michelin ali perto, e a revenda (gomeria) por sua vez nos indicou uma outra revenda que vende `neumáticos` de moto, e daí encontramos o lugar, mas o preço do Anakee 2 dianteiro sairia o equivalente a R$480, e teríamos que procurar um lugar pra montar, enquanto que em São Paulo custaria uns R$380 já montado. Segundo mito desfeito da viagem: a gasolina argentina é mais cara que a brasileira e os pneus no Uruguay são mais caros que no Brasil! Resumindo: o pneu do Marcão vai ter que durar o resto da viagem!
Esqueci de escrever ontem, mas o Marcão ficou muito satisfeito com o atendimento na revenda Yamaha de Junin onde ele comprou o óleo Motul 7100 para completar na moto dele. O rapaz foi atencioso e depois de pago o óleo (aceite) e ofereceu a oficina pra trocar, disse que poderíamos usar as ferramentas e perguntou se precisávamos de algo mais da loja. Como eu sempre disse, tirando o argentino da capital, em todas as cidades menores eu sempre fui muito bem tratado pelos `hermanos`. A surpresa negativa nessa viagem foi descobrir que os chilenos em geral foram muito grossos e pouco prestativos, exceção ao vendedor da revenda Touratech em Santiago que foi muito prestativo, indicando um ótimo hotel e os locais onde poderíamos lavar as motos; mas de resto não temos muita coisa boa pra falar, principalmente a Márcia que passou um perrengue danado com a questão da Lan Chile ter perdido a mala dela (não encontrou até agora!).
Mar del Plata em frente ao Íbis
E por falar em perrengue, a gente estava lembrando hoje da péssima noite que passamos em Susques. Ficamos num hotel muito abaixo da média, com um quarto minúsculo, sem água quente pro banho e camas horríveis, e um frio medonho; tudo isso junto com o mal da altitude (e ainda estava no pico da gripe), foi uma noite pra esquecer (se a gente conseguir), o Marcão definiu bem, se essa viagem fosse uma luta de judô, aquele teria sido o momento de dar os tapinhas no tatame pedindo arrego. E o pior, em San Pedro o Marcão encontrou um grupo de brasileiros que vimos na subida para Susques, e eles também se hospedaram lá, mas em outro hotel, entre a cidade e o outro posto de gasolina, e o sujeito falou bem do hotel, que era bom, com banho quentinho... tem ideia da raiva que dá, descobrir que nós não só escolhemos mal pra caramba o local da parada e ainda caprichamos na escolha da pior cocheira disponível a quase quatro mil metros de altura? Como diria nosso amigo Betão: "São tantas emoções, mora!!!"
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